sobre o laisser-sentir...

Postado por Abaixo do Radar , domingo, 10 de março de 2013 19:10

No paradigma valorativo da Pátria Amada, o inconsciente coletivo modelado pelos meios de comunicação de massa e seus i-artefatos é guiado em irônica descendente, rumo à nulidade criativa do aparente – e temporário – vácuo intelectual.

Hoje, a condição sine qua non para a inserção social é o aceite passivo diante da dicotomia entre à dependência estimulada e o credo vigente no total desapego. Uma entressafra crítica, onde o homem pensou o mundo e esqueceu-se de si.

A todo canto leleks solitários, pálidos a bordo de seus camaros (nem sempre amarelos), combatem suas frustrações com ousadia e alegria (?), na mais pura filosofia pós-moderna do tanto faz, pois cada vez se quer mais.

Um verdadeiro state of the art hedonista que vocifera o laissez-faire e, mesmo sem contestar, dissimula o laissez-sentir. O liberal se torna libertino, o tradicional vira ultraconservador e as referências se perdem progressivamente, em escalas moldadas ao bel-prazer individual.

Nessa total liquidez de valores, subjugam-se as minorias como desertores da carpediação. Tempos de uma inestimável riqueza tecnológica e de uma tenebrosa escassez de recursos, e de Humanos. Pobres tempos ricos.