sobre os gestos...

Postado por Abaixo do Radar , sexta-feira, 10 de dezembro de 2010 02:29

“em um simples gesto, qual será sua intenção..." (Jorge e Mateus)

Aquela cena já havia passado na sua mente algumas vezes. Talvez não com o sentido de um dejà vu, mas certamente com uma configuração bem similar de sentimentos batidos ao liquidificador. Aquela vitamina de emoções com mais ou menos açúcar, se aproximara outra vez. E logo com ele, que já estava criando a incerta certeza de que nada mais sentiria.

Já havia algum tempo em que ele estava inquieto. A falta de uma razão para sentir uma emoção diferenciada, já quase reproduzia um embotamento. Mas, ainda que bem no fundo de sua essência, sobrara algum ímpeto por um alguém desmascarado, por uma motivação sincera e um desejo real de sentir algo que certamente lhe estava reservado.

Tudo recomeçara. O jogo de tensões, de trocas, de sinais confusos e a crescente ansiedade antecipatória. Tudo era parte integrante daquele evento imperdível que costuma acontecer nas escalas das voltas e meias que a vida dá, quando por coincidência ou reserva do destino, temos a oportunidade de encontrar alguém que denominamos interessante.

Agora, era a fase da construção. Ela pouco sabia dele, mas não conseguia ser indiferente já que seus olhares, sorrisos, gestos e respostas emanavam um ar harmônico entre as alterações climáticas que simulavam acontecer a todo instante. Ele pouco sabia dela, mas seus olhares penetravam sua alma tentando revelar os mais profundos anseios do seu coração. E tudo segue, ou não...

*Da série Sobre: a vida, recortada em detalhes.

sobre as perguntas...

Postado por Abaixo do Radar , domingo, 17 de outubro de 2010 02:51

"I want to know, have you ever seen the rain?" (Creedence Clearwater Revival)

Sentir o aroma doce e convidativo tão perto e não poder fazer mais que ter a prudência de fechar os olhos e imaginar. Todas as notas das oito escalas de um piano harmoniosamente tocavam em seu pensamento...

Ele pouco sabia daquela misteriosa moça e ousara perguntar ainda menos. O charme dela contrastava com a sua timidez. Mas a cada minuto que passava aquele cheiro que entrava suavemente em seu corpo parecia manipular a sua mente.

E, aos poucos, ele já podia sentir o charme que ela exalava. Cada palavra pronunciada, sorriso, olhar e até uma simples mexida no cabelo o tiravam do controle sobre seu próprio pescoço, assim como seus olhos.

No fim, ele já sabia o que aconteceria. Estava bem claro que o tremendo desconforto o faria balbuciar algumas palavras que talvez jamais falasse. Mas preferiu assim. Acabou perguntando pouco além do que achava que seria capaz. E levou para casa, ao menos, a certeza de ter todas as respostas...

*Da série Sobre: a vida, recortada em detalhes.

top5: baladas românticas mais açucaradas

Postado por Abaixo do Radar , quarta-feira, 6 de outubro de 2010 01:14

1 – Bangles – Eternal Flame
2 – The Kelly Family – An Angel
3 – Brian Adams – I Do It For You
4 – The Cranberries – When You’re Gone
5 – No Doubt – Don’t Speak

*Da série Top5, listas e rankings, do jeito que eu gosto.

diálogos: anúncio!

Postado por Abaixo do Radar , quinta-feira, 26 de agosto de 2010 01:37

Contrata-se sonhadora ou romântica! O pró-labore é convidativo!

Assinamos carteira e oferecemos benefícios, mas podemos negociar contrato apenas por consultoria ou, quem sabe, free-lance.

Experiência não requerida, portanto, também avaliaremos interessadas em estágio ou programa de trainee (para aquelas que acreditam no seu potencial para alcançar áreas estratégicas).

Interessadas, favor enviar currículo com referências e pretensões (fotos serão um plus), para a alma ao lado.

Ótima oportunidade! Você não vai perder essa, vai?

*Da série Diálogos, releituras de coisas que eu vejo por aí.

**Texto original por Tassia Cuba, aqui.

sobre as intuições...

Postado por Abaixo do Radar , terça-feira, 24 de agosto de 2010 01:25

“Don’t speak, I know just what you’re thinking…” (No Doubt)

E mesmo antes do fim, ela já imaginava o que viria. Assim como a chama apaga quando o fogo consome o curto pavio de uma vela, a troca de estações fez com que o tórrido romance de verão se transformasse em um “sopro” blasé de inverno.

O sol a pino que inflamou os corações e mentes dos dois amantes, deu lugar a uma espessa cortina de neblina que dificultava não apenas a visão, mas, ainda, a compreensão do outro. Alguns meses depois, pareciam completos estranhos.

Sim, o tempo passa e as coisas mudam. Porém, esquecem de avisar que as mudanças deixam marcas. E que, muitas vezes, estas cicatrizes seguem muito além do desabrochar das rosas, que às vezes até demora, mas é certo que sempre acontecerá.

E para ela também foi assim. Ficaram as marcas de mais uma batalha, expressivas como uma honraria militar, como medalhas de uma vivência particular, que podem camuflar qualquer um como herói ou vilão, seja em sentimentos ou batalhas, neste espetáculo encerrado com improviso dos próprios atores...

*Da série Sobre: a vida, recortada em detalhes.

top5: coisas insuportáveis no consultório

Postado por Abaixo do Radar , quinta-feira, 19 de agosto de 2010 00:19

1 – Ordem de Chegada
2 – Médico que chega 3 horas depois
3 – Demora em ser atendido
4 – TV passando Sessão da Tarde ou programa da Márcia
5 – Gente zuadenta ou maroca

*Da série Top5: listas e rankings, do jeito que eu gosto.

diálogos: mais?

Postado por Abaixo do Radar , quarta-feira, 11 de agosto de 2010 01:21

Continuando...

Às vezes eu acho que pego as coisas muito rapidamente.
Não deixo que desconhecidos me abracem.
Odeio suor (mas existem boas coisas em que se deve suar).
Incomodo-me com erros de português (escritos, mas não pronunciados).
Já fui hipocondríaco.
Odeio incenso (irrita minhas narinas e meu cérebro).
Amo escrever. Não gosto de ler.
Às vezes eu esqueço o nome das pessoas (mas nunca esqueço as imagens!).
Adoro camisa pólo.
Reparo inconscientemente e compulsivamente olhos, cabelos, busto, coxas e panturrilhas das pessoas do sexo feminino. E nessa ordem.
Não tenho nada contra mel.
Sempre sei se já tomei banho.
Preocupo-me, mas não fico nervoso quando vejo desperdício de água.
Talvez sofra de Distúrbio Obsessivo-Compulsivo, mas não do Transtorno.
Tenho atração por mulheres mais novas (maiores, de preferência, mas até 17 talvez cole).
Amo refrigerante.
Não gosto de sol, areia, praia. Prefiro a noite.
Amo a madrugada.

Isso tudo te assusta? Normal, às vezes eu também me assusto.

*Da série Diálogos, releituras de coisas que eu vejo por aí.

**Texto original por Tassia Cuba, aqui.

sobre as idas e vindas...

Postado por Abaixo do Radar , quarta-feira, 4 de agosto de 2010 03:38

“what goes around comes back around…“ (justin timberlake)

Acordou como quem já pressentia o que estava por vir. Era um daqueles dias de sorte, onde você abre os olhos e já imagina que o calor do sol estará menos intenso, o som do mar estará mais consistente e até o vento irá soprar na direção favorável. Sim, esses dias existem.

Ele sempre acreditou em coincidências, destino, e grandes momentos na vida, embora nunca tenha visto tais coisas como superstição ou qualquer coisa do gênero. Para alguns, talvez ele fosse apenas uma pessoa sortuda ou abençoada. Para outros, talvez apenas alguém disposto a sentir e aproveitar os detalhes nas pequenas coisas. Em qualquer um dos pontos de vista, ele estava irradiante.

Ainda que as coisas não tivessem caminhado da forma sonhada durante um bom período, ele teve uma maravilhosa sensação sobre aquele dia. Sentiu que os detalhes seriam um excelente combustível para incitar sua fé e sua esperança em momentos melhores que estavam por vir.

Claro que dias assim não são pra sempre, mas o medo de que possam sumir, não o aflige mais. Uma coisa ele aprendeu com a experiência acumulada em anos: a vida é um enorme quebra-cabeça de idas e vindas. Se as cores de hoje sumirem amanhã, podem surgir novas no dia seguinte. E colorida ou em preto e branco, a vida segue...

*Da série Sobre: a vida, recortada em detalhes.

top 5: coisas que enchem na universidade

Postado por Abaixo do Radar , sexta-feira, 30 de julho de 2010 00:34

1 – Greves
2 – Cadeiras de Férias
3 – Reprovações por Falta
4 – Votos do Alunado com Menor Valor
5 – Eleições do DCE

*Da série Top5, listas e rankings, do jeito que eu gosto.

teorias de uma vida: presente, professor(a)

Postado por Abaixo do Radar , quarta-feira, 28 de julho de 2010 01:13

“I’ll be there for you, cause you’re there for me too...” (The Rembrandts)

Acho interessante como o sistema universitário brasileiro é estruturado na esfera pública. Sério! E longe de tecer maldosos comentários aos brilhantes pedagogos que os estruturam. Vou apenas alfinetar um dos detalhes que me incomodam profundamente e, talvez, não haja razão para ser da forma como é.

Ser professor é uma verdadeira vocação. Não que os professores universitários ganhem mal (tanto que a moda de fazer greve todo ano parou em grande parte das universidades públicas, acreditem!). Também não estou dizendo que é um suplício exercer a profissão de passar conhecimentos e auxiliar formação de novos talentos. Mas a paixão demasiada pela caderneta e sua tabela de pontos e “x” para verificar quem está ou não, me dá nos nervos.

Tudo bem que vários professores nem as utilizam. Outra parte, quando muito, passa listas facilmente enxertadas com nomes de quatro, cinco, dez colegas que sequer pisaram na universidade no semestre, mas juram fazer a disciplina. Entretanto, grande parte das pessoas sabe exatamente que estar na aula, não necessariamente é estar lá, ou irá fazer alguma diferença no seu aprendizado ou no seu resultado final.

E, neste ponto, entra a crítica. Questiono-me freqüentemente porque parte dos professores utiliza a caderneta de freqüência como uma arma. Sim, e de forma completamente despudorada! Usam para ameaçar os pobres alunos a estarem sempre presentes, caso contrário, independente dos seus rendimentos ou aprendizados serão punidos severamente com a munição da reprovação.

Por outro lado, vejo que o intuito maior da universidade é justamente universalizar o conhecimento. Ou seja, tornar comum, ampliar acessos, criar oportunidades, formar cidadãos. Mas isso só acontece se feito de maneira diferente, para pessoas diferentes. Logo, não é possível obrigar que todos os alunos tenham as mesmas dificuldades ou facilidades de aprendizado, ou que o rendimento de A ou B seja o mesmo, estando em todas as aulas ou apenas de corpo presente.

Por fim, várias vezes essa fixação por reprovar alunos por falta, acaba fazendo com que alguns alunos freqüentem as aulas apenas para não levarem-nas, mesmo quando são capazes de aprender o conteúdo inteiro de maneira autodidata apenas contando com o professor como tutor e direcionador de seu aprendizado em dúvidas que, não necessariamente, precisam do convívio diário em uma sala de aula. E, assim, acredito que esses fatores acabam por fazer com que estes alunos atrapalhem outros, que realmente precisam de uma imersão maior.

*Da série Teorias de uma Vida: um palpite sobre (quase) tudo.

diálogos: vinhais (uma homenagem)

Postado por Abaixo do Radar , segunda-feira, 26 de julho de 2010 00:04

Seja bem-vindo:
Essas são as nossas esquinas: únicas, brilhantes.
Salpicadas da nobreza de seu povo.
Os que param por um instante são apenas homens desejosos de fazer parte de ti,
Com dinheiro, almas e corações.
Trabalhamos, vivemos, somos a nossa polícia.
Temos ao nosso redor, tudo que melhora nossas vidas e nossa humanidade.
Os ônibus, religiosamente de 5 em 5 minutos confessam o ar primeiro-mundista,
As mercearias e a feirinha úteis para nossas donas de casa.
A horto-mercado repleto de cultura, tem um dos bares mais cults da capital,
As padarias inevitáveis,
O célebre e turístico retorno, com uma estátua sabe-se lá de quem.
Pois só há belas histórias a serem contadas neste lugar do mundo.
E o orgulho.

(Dedico este post ao bairro no qual vivi a melhor parte da minha vida, ao bairro que tem tudo demais, ao bairro que respira vibração, amizades, amores, ao bairro que me ensinou muito, ao bairro que exala bom senso, ao bairro mais impressionante do mundo, ao bairro mais encantador do mundo, ao bairro cujos acontecimentos banais se transformam em novos dias da independência, em que cada nova amizade é um novo apelido na lista, em que cada partida de futebol é uma abertura de Copa do Mundo em minha mente, ao bairro que é o meu bairro. O Vinhais é o centro do mundo.

*Da série Diálogos, releituras de coisas que eu vejo por aí.

**Texto original por Luciano Leite, aqui.

sobre o escuro...

Postado por Abaixo do Radar , sábado, 24 de julho de 2010 02:38

“Find me in the matinée, the dark of the matinée…” (Franz Ferdinand)

E naquela sexta-feira tensa, ele correu feito um louco. Mas ao escurecer, acabou deixando para trás todas as angústias das coisas que havia deixado para a última hora. Resolveu se entregar ao espírito de carpe noctem. Ainda que isso fosse apenas à frente da tela de seu computador.

Não importa. Ainda acreditava que a imaginação é que ditava onde ele realmente estaria. E naquele momento, eles estavam juntos. Ao som daquela música, naquele lugar especial, aproveitando cada detalhe...

Já se sabia o quando e o onde. O outro ponto, porém, era o quem. Ela já lhe parecia uma palavra um tanto vaga, para uma definição. Mas isso não importa. Por mais que já não lhe preocupasse tanto a falta de respostas para o quem, ele ainda conseguia fazer uma projeção mental. E isso nos leva ao como.

Bem, o como também é complicado de se definir. É interessante, mas a maioria das pessoas consegue criar imagens mentais de coisas que, possivelmente, nem existam. Talvez, esse quem tão especial, que lhe acompanha no onde e no quando seja como uma amizade imaginária. No fundo, todo mundo já teve uma. Mas, e as definições? Bem, as definições...

*Da série Sobre: a vida, recortada em detalhes.

top5: sabotadores de comida

Postado por Abaixo do Radar , quarta-feira, 30 de junho de 2010 00:55

1 – Azeitonas
2 – Pickles
3 – Passas
4 – Ameixa
5 – Manga

*Da série Top5, listas e rankings, do jeito que eu gosto.

diálogos: a espera de mim

Postado por Abaixo do Radar , terça-feira, 15 de junho de 2010 01:52

E eu que quase nem sonho mais, que ando desistindo de procurar, agora me vejo aqui, sem sonho e sem procura, vivendo um minuto de cada vez e agradecendo imensamente a Deus só por poder ver o movimento preciso dos ponteiros do meu novo relógio. Sim, se trata de desânimo, talvez combinado a um cansaço momentâneo ou, ainda, a redescoberta da minha essência depois de tanto caos. Quem sabe?
Estou tentando ser mais emotivo, menos planejador, menos confiante, mais tranqüilão, mais indeciso e inseguro. Ou não. Pra ver se assim tudo se ajeita ou desajeita, pra ver se a sorte me encontra ou foge de mim, mas se decidir ficar, que seja por um bom tempo. Porque não é de se espantar que eu esteja desmotivado, de movimentos de peças que eu já sei de cor e salteado, eu já estou farto. E se no fim, ainda assim, tudo sair como previsto, eu ficarei quieto e tentarei manipular [observando, quase espionando] pacientemente esse tal recomeçar de qualquer coisa, com apenas uma questão na cabeça: Será que esse jogo se vence nas peças ou na organização do tabuleiro?

*Da série Diálogos, releituras de coisas que eu vejo por aí.

**Texto original por Camilla Fernanda, aqui.

sobre as ferroadas...

Postado por Abaixo do Radar , domingo, 13 de junho de 2010 02:29

“Don’t play with my style, I must sting ya…” (Pendulum)

Sete horas da manhã. Abriu os olhos de maneira arregalada, já sabendo que teria uma semana atípica, mas precisava passar por ela. Sim, ele acreditava no poder de um tratamento de choque. Também achava que, às vezes, apenas a tensão causada por fatores incontroláveis fosse capaz de confrontar um homem e sua própria essência.

Ah, ele queria o confronto. Nunca foi de temer desafios, nem de duvidar de suas capacidades. Pensou, desligou, dormiu, acordou, planejou, viveu loucamente, alternou entre sorrisos e lágrimas, fé e ciência, amor e ódio, paz e guerra. Em apenas uma semana, recordou grande parte do que viveu e repensou em parte do que sonhara viver.

Usou o tempo para preencher todas as lacunas que sobravam em sua mente, com divagações filosóficas sobre seu próprio eu. Desvendou novos desejos, descobriu novos caminhos, reviu erros e acertos e, felizmente, relembrou velhas estratégias. Sim, ele acreditava que esse era o trajeto a ser feito, para reencontrar o seu brilho, que já estava um tanto apagado.

Deu um “restart” no seu processo de desenvolvimento pessoal. Essa era a hora de convencer a si mesmo de quem era e do que poderia fazer. Então, a semana passou, ele voltou a ver no reflexo do espelho o seu estilo e fez questão de deixar um recado a quem se aproveitou para se divertir as suas custas. Ele estava de volta e poderia distribuir ferroadas...

*Da série Sobre: a vida, recortada em detalhes.

top 5: atores de hollywood

Postado por Abaixo do Radar , quinta-feira, 10 de junho de 2010 00:57

1 – Denzel Washington
2 – Morgan Freeman
3 – Sean Connery
4 – Tom Hanks
5 – Johnny Depp

*Da série Top5: listas e rankings, do jeito que eu gosto.

teorias de uma vida: cú na mão

Postado por Abaixo do Radar , terça-feira, 8 de junho de 2010 01:22

“E não protejo general de dez estrelas, que fica atrás da mesa com o cú na mão...” (Legião Urbana)

Chega a ser impressionante ver como o mundo está se moldando ao caos. Desastres naturais, falta de respeito, problemas sociais, dificuldades de relacionamento e guerras desprovidas de qualquer propósito. Um cenário que ratifica a violência como um modelo a ser seguido.

Na semana passada, surgiu mais uma prova do ridículo ao qual o bicho homem pode chegar. Afeitos ao mais profundo ódio, agora se fazem livres até ataques à comboios marítimos de ajuda humanitária ao país vizinho, justificados por qualquer balela conveniente.

Mais uma vez, o mundo presenciou uma faceta do terrorismo fardado, aceito e instituído pelo “estado” de Israel. Um “estado” que apóia colonos invasores de terras, bombardeia cidades, mata crianças, idosos e famílias inteiras em nome de um Deus que não é tão misericordioso nem bondoso como gostamos de crer. Um “estado” completamente desprovido do senso de sociedade e coletividade, que desrespeita convenções internacionais e que se mostra tão recluso em sua arrogância quanto o entrelaçado desenho da estrela de Davi.

Vimos mais um retrato 3x4 da característica mais vívida do povo desta nação: hipocrisia. Um povo que até hoje relembra com justas dores do holocausto, mas que pune a mão de ferro o vizinho mais fraco. Uma nação que crítica a intolerância, mesmo sendo a expressão máxima dela.

O governo alemão, pasmem, qualificou os atos como desproporcionais. A França sugeriu uma investigação. E o único resquício de bom senso, foi a furiosa multidão turca que invadiu a embaixada israelense cobrando respostas de algum diplomata, a falar por algum general - certamente escondido atrás da mesa e de uma farda oficial (com ou sem o cú na mão) - sobre a barbárie cometida pela organização terroris... ops, armada, fardada, e oficial de seu país. A semana passou, a mídia calou e nada aconteceu, mas se os autores fossem do outro lado do muro...

*Da série Teorias de uma Vida: um palpite sobre (quase) tudo.

diálogos: eu?

Postado por Abaixo do Radar , quinta-feira, 3 de junho de 2010 00:27

Eu odeio ferro de passar.
Nunca atenderia ao telefone falando: Uhuu!
Depois de um espirro eu sequer falo!
Acordo bem humorado, mas nada falo!
Adoro as palavras: criatividade, mistérios, desafios, poder e controle (por favor, as use perto de mim)
Eu não como tantos doces quando estou feliz.
Odeio andar descalço.
Adoro banheiro de avião (acho massa buscar o equilíbrio durante uma turbulência!)
Odeio chá. Raramente tomo café. Mas adoro sorvete!
Penso em três milhões de coisas antes de dormir.
Quando eu faço besteira, eu fico p... comigo.
Adoro pizza. Odeio perfumes florais.
Tenho fobia à multidão.
Como na frente de estranhos, mas odeio restaurantes.
Odeio azeitonas e demais sabotadores de comida.
Não assisto Zorra Total.
Não me acabo de sorrir de quase nada que não seja uma excelente comédia.
Odeio sagas adolescentes-juvenis e filmes de terror.
Emociono-me, mas não choro com facilidade (ta, Extreme Makeover não conta!)
Não odeio o silêncio. Aprecio o barulho.
Amo dormir.
Eu só lembro-me do que vi.
Assisto Caverna do Dragão.
Não me importa que me cutuquem.
Odeio me repetirem instruções ou reclamações.
Eu não tenho medo de muita coisa, mas não gosto da idéia de barco no mar.
Quando eu olho uma barata eu fico p... por elas existirem.
Quando estou com sono eu falo até demais, por isso durmo logo.
Continua...

*Da série Diálogos: releituras de coisas que eu vejo por aí.

**Texto original por Tassia Cuba, aqui.

sobre os desafios...

Postado por Abaixo do Radar , segunda-feira, 31 de maio de 2010 02:37

“And loves dares you to change our way of caring about ourselves…” (Queen)

Os dias passavam e aquela forte angústia apertava seu peito. Quem o conhecia percebia sua alucinante fuga entre palavras e músicas. Sabiam que ele fugia, mas não do que. Talvez nem ele soubesse, ao certo, que rumo tomar. Tinha certeza, apenas, de que não poderia ficar sentado, aguardando pelo melhor.

Esperando para enfrentar aquilo que mais temia: dar o primeiro passo. Assim ele se sentia. Mas olhou para dentro e no retrovisor da memória viu quantos passos firmes já havia dado. Não era mais um menino perdido em sua inexperiência. Refletiu sobre tudo que aprendera e tudo que sabia que poderia ser. E se sentiu firme para encarar.

Então, desafiou seus anseios e seguiu. Ficou frente a frente com o que lhe apertava o coração e levantou a mão, pedindo a palavra. Olhou no fundo da alma, prendeu a respiração e deixou tudo aquilo fluir de uma vez. Tentou reagir à sua tendência natural de criar um embotamento em seus sentimentos.

A exposição que o incomodava e deixava tenso, o mostrou que poderia ter mais força do que ele mesmo imaginava. Assim, conseguiu fechar os olhos para os pré-julgamentos dos outros. Lembrou-se que tinha um foco e dos desafios que tanto o estimulavam a lutar e a ser melhor. E assim decidiu seguir tentando encontrar o passo certo...

*Da série Sobre: a vida, recortada em detalhes.

top5: idéias marcantes da net (mundo)

Postado por Abaixo do Radar , segunda-feira, 24 de maio de 2010 23:50

1 – Google
2 – mIRC
3 – MSN Messenger
4 – Facebook
5 - Blogspot

*Da série Top5: listas e rankings, do jeito que eu gosto.

sobre os olhares...

Postado por Abaixo do Radar , domingo, 16 de maio de 2010 02:36

“I can’t see it in your eyes, there’s something…” (Lasgo)

Um dia como qualquer outro. Talvez não. Naquele dia, nem no auge de um processo visionário ou mediúnico ele conseguiria prever que se reencontraria com algo tão presente no seu imaginário.

E lá foi ele, cumprir com suas obrigações diárias. Estava certo de que iria embora mais cedo, mas por um desvio qualquer (alguns diriam destino, outros acaso), incentivaram-no que ficasse. Ele, sem saber ao certo o motivo, ficou.

Uns minutos depois do caos, um instante de paz. Quando já o aborrecia aquela total falta de sentido em estar ali, ela apareceu e o trouxe de volta à realidade com uma conversa divertida, embora simples, e com um olhar marcante, embora natural.

Não, isso não era tão pouco. A simplicidade de um olhar diferenciado era algo realmente importante para ele. Então, ficou ali o quanto pode e, se pudesse, teria paralisado o momento. Porque ele sempre procurará os detalhes mais simples escondidos nos melhores olhares...

*Da série Sobre: a vida, recortada em detalhes.

sobre os amigos...

Postado por Abaixo do Radar , sexta-feira, 14 de maio de 2010 02:33

“Whenever I’m down I call on you my friend...” (Groove Armada)

A fragilidade dos laços sociais está cada vez mais evidente, tanto em estudos de sociólogos, antropólogos e psicólogos, nos grandes centros, quanto nas observações mais simples do Seu José que mora naquela casinha de barro na distante cidadela do interior.

Ninguém sabe ao certo porque, mas coloca-se a culpa em todas as coisas. O mundo, o sistema, o país, os outros. O que ninguém enxerga é que por trás de todos esses mecanismos, se esconde o verdadeiro culpado: eu, você, cada um de nós.

Talvez o sistema tenha sua parcela de culpa, mas vale lembrar que hoje, todos pensam primeiro no seu bem-estar pessoal, seja ele social, afetivo, econômico, financeiro. É possível que, por esta razão, as pessoas tenham se tornado cada vez mais sozinhas e, apesar de agirem de maneira independente, acabam em seu íntimo, sentindo falta do convívio com outras pessoas.

É, meu caro. As coisas estão mudando. O que antes fazia parte do nosso cotidiano e era natural, hoje se mostra tão raro que surge um temor em pensar em como será o amanhã. Resta apenas a torcida para que, no fim, ainda possamos ter bons amigos com quem contar…

*Da série Sobre: a vida, recortada em detalhes.

top 5: idéias marcantes da net (brasil)

Postado por Abaixo do Radar , quinta-feira, 13 de maio de 2010 01:50

1 – Cadê?
2 – Bate-papo da UOL
3 – Internet discada 0800 da IG
4 – Flogão
5 – E-mail gratuito da BOL

*Da série Top5: listas e rankings, do jeito que eu gosto.

sobre as poesias...

Postado por Abaixo do Radar , quarta-feira, 12 de maio de 2010 00:32

“Sogno solamente fantastiche poesie, in um mondo pazzo i pieno de bugie...” (Brothers)

E ela se sentia exatamente assim. Perdida em um mundo louco e cheio de mentiras, onde as coisas que sonhava já não mais faziam sentido. Muitas vezes, acreditava que era melhor estar vivendo aquela realidade paralela do que o seu dia a dia. Tudo que ela queria era amar outra vez.

Ela já havia perdido a confiança nas pessoas e nos valores que diziam carregar. Aquele cara a magoou demais e ela sentia que, caso se entregasse novamente, correria o desnecessário risco de chorar outra vez. As poesias fantásticas que escrevera, ficaram empoeiradas no fundo da gaveta do seu coração. Tudo que ela queria era ser amada, mas dessa vez, verdadeiramente.

Desaprendeu a lidar com seu coração por causa de uma escolha mal feita. Não era o que ela queria, mas assim que a vida quis. Usou da frieza como escape, mas a doçura se expôs naturalmente em seu jeito. Tentou fingir que nada lhe importava, mas, no fundo, sabia o que lhe poderia fazer bem.

E embora ela visse, não enxergava. Ele era legal, diferente e estava ali. Ela reclamava da falta de sorte e da grande mágoa da sua vida. Ele ouvia tudo, mas pensava no quanto poderia proporcioná-la as cartas certas para a jogada perfeita. Ela o chamava de amigo, ele engolia amargamente. Ela sempre sonhava com o cara. Só não conseguia perceber que esse era o certo...

*Da série Sobre: a vida, recortada em detalhes.

diálogos: lá estava eu

Postado por Abaixo do Radar , terça-feira, 11 de maio de 2010 01:14

E mais uma vez eu me vi debruçado sobre minhas projeções, pretensões, decisões... Talvez, no futuro eu passe isso para o word. Uma piscadela agora talvez tenha acontecido nos olhos de quem leu. "Que coisa futurista...". É, eu sei, eu também pensaria o mesmo. Mas confesso, eu sou! Agora primo por coisas pós-modernas, de vanguarda, como queiram. Meu pai diz que eu sou um "adulto jovem", concordo com ele. Por quê? Porque meus pensamentos, minhas convicções, meus princípios estão na moda, em alta e alguns, até mesmo, a frente do meu tempo? Porque o meu gosto musical é o que meu irmão chame de "bate-estaca"? Prefiro ser assim... Eu escolhi de ser assim, me faz bem. Embora, isso às vezes possa conferir à minha vaidade masculina, um status de “bom vinho”, uma vez que sempre conferem maior qualidade com a medida em que aumenta a idade que tenho. O fato é que coisas tão complexas como ler auto-ajuda, escutar música ruim (o que eu chamo de "ruim", quer dizer com uma letra baianamente incoerente, e com muito "tum, tum, tum"), desconversar, reter experiências, ver apenas as figuras do jornal, enfim, coisas banais, se tornou tão comum, tão rotineiro e cotidiano, que eu, que ainda recuso fazê-las, me torno um pontinho indiferente, nesse vasto mundo furta-cor. Viver as coisas complexas da vida, sentir, tocar, ser... Simplesmente nada disso interessa. E sei que eu não sou o único. Por isso, me adaptei ao meio pra sobreviver. Darwin chama de seleção natural, eu chamo de coerência. A vida é agora.
Logo!

*Da série Diálogos, releituras de coisas que eu vejo por aí.

**Texto original por Tassia Cuba, aqui.

sobre as nuvens...

Postado por Abaixo do Radar , segunda-feira, 10 de maio de 2010 02:37

“Every cloud in the sky, every place that I hide, tells me that I, I was wrong to let u go…” (ATB)

Aquela leve fumaça odor baunilha, as luzes alternando tons vermelhos, verdes, amarelos e azuis piscando alucinadamente e os BPM’s acelerados, confundiam os meus sentidos cada vez mais. O suor escorrendo, as belas mulheres por todos os cantos e o meu corpo quase em transe não apagavam a ansiedade em cada onda de arrepio quando sua imagem aparecia na minha mente.

Troco o CD e coloco aquela música marcante, enquanto o pedal do acelerador e a tensa troca de marchas ditam o ritmo em que aprecio as paisagens noturnas da cidade. Por mais que consiga evitar sua imagem, nossos cenários insistem em aparecer no retrovisor.

Entro em casa, fecho a porta, passo a chave. Faço um breve lanche, tomo um banho, escovo os dentes e me preparo para dormir. Agradeço a Deus por mais um dia e peço luz para as minhas angústias. Fecho os olhos. Você abre meus sonhos.

Manhã do dia seguinte. Pego a mala e o bilhete, corro para o aeroporto. Check-in, detector de metais, sala de embarque, portão três, avião na pista, aperto os cintos, decolagem. Torço desesperadamente para que o piloto seja ainda mais rápido, me leve ainda mais longe. Você persiste. E fico me questionando se eu que estava errado quando te deixei partir...

*Da série Sobre: a vida, recortada em detalhes.

top 5: mães

Postado por Abaixo do Radar , domingo, 9 de maio de 2010 01:32

1 – A minha mãe
2 – A minha mãe de novo
3 – A minha mãe outra vez
4 – A minha mamãezinha
5 – A mãe de todos os queridos leitores do blog

*Da série Top5: listas e rankings, do jeito que eu gosto.

sobre o amanhã...

Postado por Abaixo do Radar , sábado, 8 de maio de 2010 02:12

“I cannot not handle that you're such a wannabe…” (Infernal)

7 anos. Você cresce em meio a sala da sua casa, em frente a computadores e monitores de LCD. Nunca verá uma vaca, um porco ou uma galinha, a menos que vá em um zoológico. Não há mais Discovery, nem Animal Planet, pois não há mais animas ou plantas a mostrar, com exceção de pequenas áreas privadas preservadas.

10 anos. Você não anda sozinho no seu condomínio, porque você nunca fez isso e provavelmente nunca fará. Você nunca ouviu falar de jogo de tabuleiro, nem de videogames de última geração. Você prefere jogos interativos através da internet ou praticar esportes no quintal com os seus amigos robôs. Eles são seus amigos, seus colegas, sua professora e quase sua família também. Você não usa MSN, nem sabe o que é. Fala com “estranhos” somente durante ações conjuntas dos personagens de jogos MMORPG.

13 anos. Você é um pré-adolescente que se acha idoso. Não sabes o que é uma scooter, que dirá uma bicicleta! Já pegou todas as menininhas do condomínio e de tanto brincar de médico, já era professor. Acha ridícula a idéia de sair da sua zona de conforto para ir visitar alguém. Você se vira só.

15 anos. Você não se tornou nada, porque não interagiu com outras pessoas. Não sabe quem és, o que és e pra que vive. Não sofreu bullying porque não tem convívio social para receber apelidos. Bebe água dessalinizada, come carne de laboratório e compra roupas somente pela internet.

18 anos. Você não sabe falar português, porque na sociedade pós-moderna só se usa o inglês. Nunca amou alguém ou teve uma conquista, pois aos treze já havia esgotado grande parte das suas alternativas e nunca haviam lhe falado que a vida a dois poderia ser legal. Não sabe como lidar com as pessoas, pois mal sabe que elas existem. E talvez continuará perdido, pois aquilo que era chamado de vida, já não existe mais...

*Da série Sobre: a vida, recortada em detalhes.

diálogos: amarelinha 3

Postado por Abaixo do Radar , sexta-feira, 7 de maio de 2010 01:59

Estava no fim do mundo chamado... UFMA.
E por lá por puro acaso do destino me transformei num grande filha da puta estudante do CCH, vagabundo que não faz nada, fumante, invasor de reitoria, membro do DCE, revolucionário-esquerdista-ouvinte-de-ipod-e-comedor-de-McDonald’s, apreciador da arte do grafite, das paredes verde abacate e pseudo-conhecido por muita gente.
Infelizmente não aproveitei todo esse prestigio e acabei esbarrando em meus ideais neo-hippies, socialistas e alternas, e não recebendo nada por todos esses feitos. ‘ Eu voltei, agora pra ficar, porque aqui, aqui é meu lugar’ já dizia o Rei Pelé (sic). Hoje, eu participo de um grupo de cachaceiros jogadores de bilhar que se reúnem religiosamente as sextas ao som de pagodes ensandecidos de quinta categoria e, como designa o titulo da minha breve estória, vivo sempre com a Amarelinha, na mesa do bambu bar, com centenas de casos de amor e/ou pura putaria. Até criei um blog, mas como eu mal sei que sei escrever, não faço sucesso nem na UFMA, nem no meu bairro, nem na minha província, muito menos no meu país, nem no planeta, talvez fora do Sistema Solar ou no Universo, se existisse vida fora da Terra...

*Da série Diálogos: releituras de coisas que eu vejo por aí.

**Texto original por Luciano Leite, aqui.

sobre o hoje...

Postado por Abaixo do Radar , quinta-feira, 6 de maio de 2010 01:08

“Live life given now, tomorrow can wait…” (David Guetta)

7 anos. Você cresce em meio a piscina de bolinhas de seu condomínio fechado, ou no centro de entretenimentos familiares cheios de jogos eletrônicos. Talvez, nunca tenha visto uma vaca, um porquinho, ou uma galinha, sem ser na Discovery ou no Animal Planet da sua tv à cabo.

10 anos. Você não anda sozinho no seu bairro, porque você nunca fez isso e provavelmente nunca fará. Você nunca teve um jogo de tabuleiro, porque legal mesmo é o seu videogame de última geração e a sua internet. Você não vê seus amigos, talvez porque não saiba onde moram, nem conheça suas famílias, talvez porque não sejam nada além das janelas laranja que piscam freneticamente no seu msn.

13 anos. Você é um pré-adolescente que se acha adulto. Não sabes o que é uma bicicleta, acha que pega-pega é o amasso com a ficante gatinha da outra sala da escola, não tem idéia do que possa ser esconde-esconde e pensa que polícia e ladrão é um negócio que acontece no Rio de Janeiro.

15 anos. Você virou emo, tem dúvidas sobre a carreira, a sexualidade, a família, uma marcante baixa auto-estima, tudo porque durante a infância e a pré-adolescência sofreu bullying (palavra mágica dos psicopedagogos razão de todos os problemas sociais pelo recebimento de apelidos dos amiguinhos).

18 anos. Você não sabe conquistar a mulher amada, porque aprendeu a roubar beijos sem precisar de qualquer esforço verbal. Também não sabe como lidar com os amigos, porque você não precisa olhar no olho de ninguém enquanto está online. E talvez, continuará sem saber quem és, porque ainda não aprendestes o que é a vida...

*Da série Sobre: a vida, recortada em detalhes.

top5: desenhos da década de 90

Postado por Abaixo do Radar , quarta-feira, 5 de maio de 2010 02:29

1 – Caverna do Dragão
2 – X-Men
3 – He-Man
4 – Thundercats
5 – Transformers

*Da série Top5: listas e rankings, do jeito que eu gosto.

sobre o ontem...

Postado por Abaixo do Radar , terça-feira, 4 de maio de 2010 00:13

“We're thrown in a world you don't belong, full of commercials and false promises…” (Nell)

7 anos. Você cresce em meio a um mar de oportunidades e brincadeiras coletivas divertidas, brinca em um playground da pracinha do seu bairro, cai na areia, machuca o joelho, arranha os braços. E sobrevive. Gosta de animais, já viu vacas, coelhos, cachorros, gatos, porcos, galinhas, seja no sítio daquele amigo do seu pai, numa viagem ao interior ou, ainda, em uma exposição agropecuária da vida.

10 anos. Você andava sozinho pelo bairro, pra visitar a casa do seu amigo que morava umas quatro ruas depois. Você ia para brincar de Jogo da Vida, Scotland Yard, War e Banco Imobiliário. Assim como você, outros amiguinhos também iam sozinhos, mas todos voltavam antes das dez. Você sabia onde seus amigos moravam, conhecia a família deles, sabia do que gostavam.

13 anos. Você era pré-adolescente, que se achava adolescente. Andava de bicicleta, jogava travinha no asfalto (apostando baré tutti-frutti e pães quentinhos), brincava de pega-pega, esconde-esconde, sete pecados, queimada, pêra – uva – maçã - salada mista e, até mesmo, polícia e ladrão. Ninguém se perdia por isso!

15 anos. Você ia às famosas festas americanas, no salão de festas do apartamento daquele seu amigo, cada um levando um prato de comida ou uma bebida, com os hits do momento tocando ao som. Já conhecia aquela menina que você gostava e, mesmo com toda timidez, a chamava pra dançar e, caso não soubesse, convidava para um bate-papo. Sim, você sabia conversar.

18 anos. Você sabe quem você é. Não teve problemas em ter passado a infância e a adolescência em grupos de amigos que se chamavam de jabuti, cabeça de banana, olívia palito, balão, chiquinha, boca de borracha, do mato e gigante. Isso era parte da interação social, brincadeiras sem fins ofensivos. Ninguém tem traumas insanos, nem ficou “de mal” com a família, os animais, o mundo, por causa disso. Você sabia olhar nos olhos. Talvez ainda saiba, porque você aprendeu a viver...

*Da série Sobre: a vida, recortada em detalhes.

diálogos: mítico

Postado por Abaixo do Radar , segunda-feira, 3 de maio de 2010 00:58

O estudante (e “deus da baderna”) Lucci não foi encontrado, pois ninguém, por alguma vez que seja, o viu. Não havia testemunhas, apenas transeuntes que associaram à sua presença, resquícios de vandalismo encontrados em um sítio colonial português. Entre suas demonstrações de sarcasmo e poder, estão a tortura e o extermínio do souza, percebido pela presença de pigmentos avermelhados sobre uma mesa de plástico; a manobra de controle das massas através de pequenas guloseimas açucaradas coloridas, após uma aparentemente inocente lavagem cerebral, conduzida por sua assistente Mare (“deusa da manipulação”), descoberta pela sobra de um papelzinho no chão; e a destruição completa dos arredores de um palácio imponente que arrotava ordem naquele local. A população, assustada, crê que ele tenha voltado para sua casa, que afirmam ser em colinas verdejantes próximas à cidade de... Colinas. O povo jura e crê fidedignamente que, Thir (“deus da condução”) foi visto com a velocidade de uma estrela cadente, rumo ao sudeste maranhense e que, simultaneamente, a voz de Lucci ecoava em sussurros, que repetiam um mantra “sobe, sobe, sobe”, seguido às risadas sarcásticas de Rober (“deus da fertilidade”), seu fiel escudeiro. Reza a lenda, que esta cerimônia divina contava ainda com a Cilla (“deusa da diversão”), a Suzee (“deusa da sabedoria”) e a Nika (“deusa mensageira dos mortais”). A polícia não se preocupa com Lucci, apenas teme e lhe deve obediência, mas as comunidades das áreas pacatas, já se unem em prol de ofertarem um sacrifício, para que não corram o mesmo risco da área já destruída em sua última passagem.

*Da série Diálogos: releituras de coisas que vejo por aí.

**Texto original por Mônica Beckman, aqui.

sobre os ventos...

Postado por Abaixo do Radar , domingo, 2 de maio de 2010 00:02

“Dis moi, dans ces vents contraires comment s'y prendre?” (Kate Ryan)

Como na época das grandes descobertas, ousou a navegar pelos mares tempestuosos, enfrentando desafios em busca do seu paraíso perdido. E tentando encontrar novos caminhos, se perdeu naqueles que já conhecia.

Ao avistar um punhado de terra firme, vislumbrou as riquezas que poderia extrair, sem pensar em construir o seu lar. Uma outra vez se perdeu. Deixou de ver além, para contentar-se com o pouco. Rompeu barreiras, mas desfez acordos. Esqueceu a honra, a lealdade, os princípios.

Então, percebeu que estava trilhando os caminhos da forma errada. Percebeu que nada construiu. Viu o mal que havia causado. E se lembrou dos princípios que outrora tivera e, por uma fração de segundos, se arrependeu, mas não conseguiu desfazer da direção que os ventos o haviam levado.

Olhou para o lado e, de maneira desconfortável, avistou um outro sujeito, tentando navegar da mesma forma, pelos mesmos mares, enfrentando os mesmos desafios e buscando os mesmos fins. Mas, este outro sujeito, tinha uma forma diferente de empreender. E, assim, tentou romper barreiras, mas não desfez acordos, nem esqueceu virtudes. Ele só queria construir seu lar, sua fortaleza e deixar o seu legado...

*Da série Sobre: a vida, recortada em detalhes.

top5: refrigerantes antigos

Postado por Abaixo do Radar , sábado, 1 de maio de 2010 03:40

1 – Jeneve
2 – Baré Tutti-Frutti
3 – Guaraná River
4 – Guaraná Taí
5 – Guaraná Cerma

*Da série Top5: listas e rankings como eu gosto.

sobre os enganos...

Postado por Abaixo do Radar , sexta-feira, 30 de abril de 2010 00:33

"È quando tutti i giuramenti fatti a te saranno inganni alla vita che, stupita, sbanderà..." (Amadeo Minghi)

Sim, eu vejo as lágrimas que escorrem agora dos teus lindos olhos castanhos. Olho o rastro quente e cheio de ardor, que elas deixaram por todo o teu rosto. Percebo a mágoa expressa pela destruição de uma grade imaginária que você acreditava ser a realidade. A sua realidade.

Ei, eu sei que você está vestindo a máscara da frieza. Mas ela não vai te proteger de todo mal, nem vai te entregar o sorriso de volta. Pelo contrário, acabará escondendo um pouco do teu brilho natural e te dará a ilusão de que todas as portas ao abrir, trarão uma guerra eminente. E isso poderá ser ainda mais traiçoeiro e te fazer perder experiências fantásticas.

E o medo? O que fazer com ele? Você deve se perguntar bastante. Sei bem como é isso. Tanto quanto sei que é difícil fingir que nada aconteceu e que você se sente feliz debaixo desta pesada armadura. Infelizmente ele não se esvai automaticamente, pelo mero desejo. Mas, espero que você consiga perceber que és especial e bem mais encantadora in natura.

Talvez, eu esteja falando de coisas que você não quer ver. Desculpe-me. Não são críticas, nem uma maneira de tentar controlar o jeito como você vê o mundo. Podem parecer apenas palavras confortantes de alguém que goste da sua essência ou, até mesmo, ser uma forma velada de dizer que eu cuidaria muito bem de você...

*Da série Sobre: a vida, recortada em detalhes.

sobre as cores...

Postado por Abaixo do Radar , quarta-feira, 28 de abril de 2010 01:57

“And if I do dream, I’ll dream you’re like, pink and green and white, blue and gray and light...” (B.G. The Prince of Rap)

E ao adormecer, ele se viu como que passando por um portal mágico, onde a vida ganhava tons mais vivos e nítidos do que o cinzento de sua grande cidade.

Resolveu então, aproveitar esta grata viagem que lhe foi oferecida, mergulhando em um mar de sensações que ele achava que já havia experimentado, mas há muito não sabia distinguir o sabor.

Olhava pessoas com mais sorrisos, mais lealdade, menos hipocrisia. Via um mundo mais justo, mais solidário, mais interessante de se viver, com uma riqueza de detalhes impressionante.

Ele não acreditava que estava dormindo, nem que aquilo tudo seria um sonho. Então, ao acordar, correu, abriu a janela e, para sua surpresa, o mundo tinha novas cores, talvez porque as coisas sejam exatamente como queremos vê-las...

*Da série Sobre: a vida, recortada em detalhes.

sobre a nostalgia...

Postado por Abaixo do Radar , segunda-feira, 26 de abril de 2010 00:31

“Something I've been missing for such a long time, I'm wondering why…” (Eiffel 65)

Tenho percebido que ao chegar o final de semana, as pessoas se dividem entre as que buscam atividades inovadoras e as que apenas conseguem pensar no descanso. Ah, existe uma terceira parte delas, exatamente a que se torna refém das maravilhas da TV. Quanto a mim? Apenas tentei fazer com que esses dias fossem um pouco diferentes.

Não, não fiz algo sobrenatural. Foi um final de semana comum, descansei, fui à Igreja no domingo, joguei o lendário FIFA de cada sábado, joguei um boliche, gastei muito do meu pouco dinheiro comendo um rodízio de sushi (que não tem custo-benefício algum para mim), vaguei de porto em porto nas maravilhas deste oceano da internet, além de ouvir muitas músicas. E é sobre esse item que vou falar agora.

Eu não sei exatamente o porquê, mas esses dias tenho me sentindo um tanto nostálgico relembrando os anos 90. Bons tempos, hein?

Sim, já há muito nos separando daqueles tempos. E não, não tem como sentir a essência da nostalgia sem ouvir boas músicas. Então, minha solução foi buscar conforto num pacote de músicas eletrônicas marcantes daqueles dias.

No reino da multi-cultural e musicalmente bem trabalhada axé music, das popuzudas e mulheres frutas do funk, e do forró que de música do homem do campo, passou a pregar os safadões-bebuns-e-as-piriguetes-espevitadas - também chamado de Brasil - um pouco de bons BPM's podem deixar as coisas bem melhores, não acham?

Então, DJ... fecharei meus olhos e abrirei o coração para aquele house antigo varada, aquele dos tempos em que as músicas ainda tinham letras que versavam sobre coisas interessantes e que, mesmo numa linguagem simples e coloquial a gente sabe o porquê de sentirmos falta, ainda hoje...

*Da série Sobre: a vida, recortada em detalhes.

sobre as dúvidas...

Postado por Abaixo do Radar , sábado, 24 de abril de 2010 02:19

“And the thing that freaks me out is I'll always be in doubt…” (The Cranberries)

E lá estava ele, por mais um dia sentado naquela escadaria empoeirada, tentando decidir o próximo passo a dar em sua vida, talvez pressentindo a chegada de novas dúvidas e questionamentos sobre o amanhã.

O relógio apressado acentuava a sensação de estar distante das respostas. Os neurônios, por sua vez, trabalhando a todo vapor em intensas sinapses, transformavam informações em um frenesi de sensações.

Sapatos, tênis, chinelos e sandálias desfilavam pelos degraus num sobe e desce enfurecido, enquanto ele calmamente mantinha sua cabeça baixa, certamente com o olhar bem mais distante do que o chão à sua frente.

Mal percebera que duas horas haviam passado, mas, como em um piscar de olhos, enxergou que as respostas não bateriam a sua porta naquele momento. Então, levantou, sacudiu a poeira, olhou ao redor e decidiu voltar para casa.

No caminho, viu as luzes da cidade, enquanto buscava no dial do seu rádio uma freqüência que tocasse uma música inspiradora. E assim, pensou no amanhã e que, mais uma vez, ao acordar, uma dúvida lhe desejaria bom dia...

*Da série Sobre: a vida, recortada em detalhes.

sobre as estrelas...

Postado por Abaixo do Radar , quinta-feira, 22 de abril de 2010 23:50

"Cause all of the stars, are fading away... Just try not to worry, you'll see them some day..." (Oasis)

Esta semana, estive refletindo acerca da vida e das relações humanas. Acho interessante perceber como os acontecimentos da pós-modernidade têm influenciado de maneira negativa na crença que as pessoas têm nelas mesmas.

Hoje, as pessoas mudam com a fugacidade de um chocolate que derrete na boca, em um processo em que - certas vezes - o apaixonante sabor vai se esvaindo até se tornar uma lembrança marcante de algo que por alguns segundos foi sensacional. Ou não.

O ímpeto pelo consumo, rápido, instantâneo e inconseqüente, nada mais é que uma demonstração da fragilidade do indivíduo expor a sua verdadeira forma, já que este vive angustiado em uma sociedade que o pressiona para que ele não se preocupe em ser, mas sim em ter ou parecer.

A maioria das pessoas, certas vezes, mais parecem marionetes da sociedade, do que indivíduos dotados de escolhas, pensamentos e corações. Como todo ser humano, às vezes também me sinto pressionado, falho e posso agir como uma marionete da sociedade. Mas ainda tenho fé e acredito que algumas das estrelas nem precisarão desaparecer, mesmo que a maioria delas já não brilhe mais...

*Da série Sobre: a vida, recortada em detalhes.