“Se avexe não, a lagarta rasteja até o dia
em que cria asas..." (Flávio José)
Sempre culpam a pressa e colocam o tempo
como o remédio de tudo. Se realmente é, não faço a mínima idéia, mas acredito
piamente que há uma razão para tudo acontecer. Seja lá qual for, começo a
acreditar que o tempo tenha trabalhado a meu favor. Ele pode até não ser meu
melhor amigo, mas inimigo, não é.
Nem para a pobre lagarta o caminho é fácil.
Surgem tantas intempéries, que ela poderia simplesmente desanimar de seguir o
curso natural da vida. Dizem que Deus só dá asas para quem não sabe voar. E não
é verdade? O interessante é que, no caso das lagartas, elas aprendem. E o bichano
tão rejeitado se torna um dos mais graciosos e apreciados.
Assim é a vida, para nós, humanos. Às vezes
caímos, rastejamos, erramos. Outras vezes, cortam nossas asas. O que tenho
aprendido é que sempre que se cai é possível levantar. Hoje, compartilho o
aprendizado de que não é preciso ter pressa. As coisas acontecem como hão de ser.
Por mais que você tenha foco e deseje
plenamente uma coisa, às vezes você será lagarta. Depende de você ir além.
Lembre-se que as lagartas criam asas e eliminam aquilo que as prendiam aos
campos de terra molhada. Se acreditar que pode voar, você se transformará em uma
bela borboleta. E, assim, descobrirá jardins novos e ainda mais belos.
*Da série Sobre: a vida, recortada em
detalhes.
Postado por
Abaixo do Radar
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00:02
"I wanted love, I needed love, most of all, most of all..."
(The Black Keys)
Fecham as cortinas e apagam as luzes do
palco. Efusivos aplausos em uma ovação. Curvam-se em frente ao público em forma
de agradecimento. Encerram o diálogo com um beijo de arrancar suspiros, dignos
de um final feliz.
Olhos nos olhos, enquanto as mãos foram se
entrelaçando. O carinho já era além do esperado. Já conversavam há um bom
tempo, sobre temas diversos e com a liberdade de quem têm segurança no outro. A
amizade foi dando espaço a algo ainda mais especial.
No pensamento de ambos brotava a dúvida. Na
incerteza das relações, tinham convicção de que eram amigos. As diferenças já
pareciam tão simples perto das afinidades. A transparência sustentava cada
palavra proferida, fortalecendo o que surgia.
Logo no primeiro diálogo notaram algo
diferente, ainda que de forma sutil. Havia mais ali do que poderiam supor. De
uma forma inesperada se conheceram, apresentados pelo destino. O relógio
marcava 23 horas de um dia cansativo. Ato um: adormeceram e sonharam.
*Da série Sobre: a vida, recortada em
detalhes.
"Goes round and round and round and round and round..." (Mischa Daniels)
Lembrou que por vezes
caiu, levantou, sorriu, chorou e que Deus nunca o deixou carregar algo mais
pesado do que poderia suportar. Aprendeu que cada experiência deixa marcas e
resolveu usá-las para melhorar sua estrutura.
E, assim, compreendeu
que a vida é um movimento contínuo que roda e gira, gira e roda, gira e gira,
roda e roda, gira e roda, roda e gira, roda e roda, gira e gira. Rodou.
As vezes tudo pára,
outras tudo vira, em um constante pára e vira, vira e pára, pára e pára, vira e
vira, vira e pára, pára e vira, vira e vira, pára e pára. Virou.
Enquanto roda, gira,
pára e vira, o tempo segue, a vida muda. Se no tabuleiro do jogo da vida as
peças forem movidas com equilíbrio entre seus erros e acertos, o amadurecimento
chega. E , com ele, novos ciclos que rodam, giram, param e viram!
*Da série Sobre: a vida, recortada em detalhes.