diálogos: mítico

Postado por Abaixo do Radar , segunda-feira, 3 de maio de 2010 00:58

O estudante (e “deus da baderna”) Lucci não foi encontrado, pois ninguém, por alguma vez que seja, o viu. Não havia testemunhas, apenas transeuntes que associaram à sua presença, resquícios de vandalismo encontrados em um sítio colonial português. Entre suas demonstrações de sarcasmo e poder, estão a tortura e o extermínio do souza, percebido pela presença de pigmentos avermelhados sobre uma mesa de plástico; a manobra de controle das massas através de pequenas guloseimas açucaradas coloridas, após uma aparentemente inocente lavagem cerebral, conduzida por sua assistente Mare (“deusa da manipulação”), descoberta pela sobra de um papelzinho no chão; e a destruição completa dos arredores de um palácio imponente que arrotava ordem naquele local. A população, assustada, crê que ele tenha voltado para sua casa, que afirmam ser em colinas verdejantes próximas à cidade de... Colinas. O povo jura e crê fidedignamente que, Thir (“deus da condução”) foi visto com a velocidade de uma estrela cadente, rumo ao sudeste maranhense e que, simultaneamente, a voz de Lucci ecoava em sussurros, que repetiam um mantra “sobe, sobe, sobe”, seguido às risadas sarcásticas de Rober (“deus da fertilidade”), seu fiel escudeiro. Reza a lenda, que esta cerimônia divina contava ainda com a Cilla (“deusa da diversão”), a Suzee (“deusa da sabedoria”) e a Nika (“deusa mensageira dos mortais”). A polícia não se preocupa com Lucci, apenas teme e lhe deve obediência, mas as comunidades das áreas pacatas, já se unem em prol de ofertarem um sacrifício, para que não corram o mesmo risco da área já destruída em sua última passagem.

*Da série Diálogos: releituras de coisas que vejo por aí.

**Texto original por Mônica Beckman, aqui.

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